O terceiro módulo do curso Economia para a Transformação Social foi realizado na última terça-feira (23), de forma online. O evento, organizado pela Secretaria de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), debateu “Excesso de gastos e o país quebrado”, “Os mitos sobre a inflação” e “O mito da meritocracia”.
Como nos dois primeiros módulos, as atividades foram ministradas pela professora-doutora Juliane Furno e pelo professor livre-docente Pedro Rossi, autores do livro também intitulado Economia para a Transformação Social, publicado pela Fundação Perseu Abramo e que deu origem ao curso.
Os mais de cinquenta alunos debateram sobre as causas e os efeitos da inflação no Brasil, além dos mecanismos e resultados da atuação do Banco Central do Brasil sobre a questão.
Outro tema abordado neste terceiro módulo foi o mito da meritocracia, construído para dar sustentabilidade ao modelo econômico atual, já que todo sistema político conta com uma história para legitimar a sua atuação na sociedade. Juliane Furno, explicou que “o Neoliberalismo e o capitalismo criaram o mito da meritocracia que é uma falácia, uma vez que o mercado não é neutro e não garante condições equânimes.”
O curso
No conjunto, o curso busca apresentar, de forma panorâmica e acessível, os principais elementos, ferramentas e discussões necessários para a compreensão da economia. A professora Juliane diz que esse conhecimento é importante para o dirigente sindical, pois “quem melhor entende a realidade, melhor consegue pensar em uma tática para se posicionar e ter vitórias; por isso, estudar, e estudar coletivamente, é fundamental”.
O pesquisador Pedro Rossi reforça que “economia é também autoconhecimento, e entendê-la é entender o mundo que nos cerca”. Para ele, “assim, é possível ter instrumentos para transformá-lo, pois, para termos instrumentos para enfrentar o discurso econômico hegemônico, temos que nos apropriar de conhecimento”.
Para o secretário de Formação da Contraf-CUT, Rafael Zanon, “o curso oferece conteúdo que permite uma melhor compreensão do pensamento econômico, dos debates de ideias no passado e no presente”. Zanon garante que, “com isso, o programa amplia a capacidade do dirigente para fazer análises de conjuntura, preparando-os para uma intervenção qualificada na sociedade, ajudando na construção do fortalecimento das lutas pelos interesses da classe trabalhadora”.
Módulos anteriores
O primeiro módulo foi presencial nos dias 13 e 14 de março, em São Paulo. No primeiro, a professora Juliane tratou de “Dinheiro e organização social”; “Marx e Keynes no pensamento econômico”; “Neoliberalismo”; e “Desenvolvimento, subdesenvolvimento e dependência”. Leia detalhes aqui.
No segundo dia, o professor Pedro Rossi trouxe os temas “Transformações no capitalismo global e o mundo pós-pandemia”; “O fim da ordem liberal, a crise de 1929 e o New Deal”; “O pós-guerra e os estados de bem-estar social”; “A economia internacional na era da globalização”; e “Crise de 2008, pandemia e transformações na ordem internacional”. Leia detalhes neste link.
O segundo módulo, realizado à distância no dia 27 daquele mês, abordou “Mitos econômicos e o debate brasileiro” e “Mitologia fiscal e a retórica da austeridade”. Conheça os detalhes aqui.
Módulo final
O curso Economia para a Transformação Social será concluído nos próximos dias 15 e 16 de maio, com o quarto módulo. No encontro, presencial em São Paulo, os professores Pedro e Juliane apresentarão os tópicos “Subdesenvolvimento, neoliberalismo e transformação social no brasil”, “Subdesenvolvimento, industrialização e neoliberalismo”, “Crescimento e distribuição nos governos Lula e Dilma”, “Ascensão e fracasso da estratégia neoliberal” e “Agenda econômica para a transformação social”.
Os professores
Juliane Furno é cientista social, economista e doutora em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Recém-concursada para professora do Departamento de Economia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), é assessora da diretoria do BNDES. Foi assessora sindical da CUT.
Pedro Rossi é professor livre-docente do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (Cecon). Foi professor visitante da Fudan University (Shanghai) e pesquisador visitante na Unctad/ONU (Genebra) e na University College London.
Fonte: Contraf/CUT