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Desafios para levar formação às bases domina debate no 1º dia de encontro nacional

Em evento, que segue até o dia 21, representantes da Contraf-CUT, sindicatos e federações realizam balanço de 2023 e elencam os desafios para fortalecer atividades da formação nas bases e nas comunidades

Encontro dos Secretários e das Secretárias de Formação

O primeiro dia do Encontro dos Secretários e Secretárias de Formação, realizado nesta segunda-feira (19), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), foi marcado por um balanço das atividades do ano passado, troca de experiências entre os sindicatos e federações e diagnósticos dos desafios para alcançar as bases de sindicalizados e a sociedade. 

“No ano passado realizamos reuniões mensais, online, que foram importantes para dar vida à formação em nossas organizações. Em cada encontro, realizamos análises de conjuntura, o que também foi fundamental. Mas nós sentimos a necessidade de realizar um encontro como este, presencial, no início de 2024, porque a formação demanda um planejamento maior. Quanto mais organizados estivermos, melhor a formação em nível local”, destacou o secretário de Formação da Contraf-CUT, Rafael Zanon.

Ele lembrou que a formação precisa ser trabalhada para atingir três vertentes: dirigentes, bases e comunidade. “Se por um lado conseguimos realizar muitos encontros como secretárias e secretários de formação, no ano passado, por outro avançamos muito pouco na formação da base e na formação da comunidade”, avaliou. 

Zanon observou ainda que a formação, que precisa ser permanente, não acontece de forma efetiva se não for sistematizada. “Então, este é o objetivo deste encontro, fortalecer-nos para fortalecer nossas ações locais”, completou. 

Em 2023, foram realizados cursos presenciais em sete federações (módulo I), e também cursos de forma digital, que atingiram cerca de 1900 participantes. “Para o próximo período o desafio é a continuidade desse processo, levando o módulo II para as federações e fazer o percurso formativo nas federações onde não foram feitos, além de outros cursos em várias áreas como saúde, economia, atuação legislativa, sempre com a visão dos trabalhadores”, pontuou o secretário de formação da Contraf-CUT. 

Diagnósticos

Na parte da manhã, os secretários e secretárias de cada sindicato e federação se apresentaram e realizaram um balanço das atividades em 2023, com diagnósticos para os desafios que consideram para este ano.

Todos e todas destacaram que o propósito da formação é aumentar a capacidade de articulação da classe trabalhadora. Mas também reconheceram que existe um grande desafio para alcançar os colegas das bases sindicais e, ainda, alcançar a comunidade, para além dos sindicatos.  

Foi destacado também a importância de melhorar o debate para o ramo financeiro como todo, ou seja, falar não apenas para a categoria dos bancários e bancárias. Essa ampliação para todo o ramo financeiro, que passa pela formação, é o que permitirá o fortalecimento da representatividade dos sindicatos para os trabalhadores e, assim, a sustentabilidade do próprio movimento sindical no longo prazo. 

Outros desafios apontados pelos secretários para a formação são: a questão geracional (a falta de jovens no movimento sindical); saber como lidar com as transformações tecnológicas; financiamento das atividades de formação; capacidade de diálogo com a sociedade, sem deixar de resgatar a importância histórica do sindicalismo trabalhista à população e à democracia; e falta de representatividade de mulheres e negros nas secretarias de formação.   

Para despertar consciências

Na parte da tarde, aconteceu a palestra da secretária de formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Nacional, Rosane Bertotti, que abordou os princípios da política nacional de formação da entidade e o fortalecimento da rede nacional de formação.

“A formação da CUT é voltada para despertar a consciência de classe e a percepção da importância da unidade para a luta”, destacou Rosane. “E tem como meta atingir todos os ramos e macrossetores da CUT, com o objetivo de articular as dimensões do cotidiano do local de trabalho com as demandas da classe”, completou.

Ela ressaltou o papel fundamental da sistematização, planejamento e metodologia para direcionar as atividades da formação. “Na formação cabe todo mundo, todas as cores, raças e pensamentos políticos. É importante que se tenha divergência no espaço formativo. Então, tem que haver pluralidade. Mas na hora da ação é diferente. Posso ter uma diversidade de pensamentos, mas a formação tem que ter a capacidade de sistematizar essas ideias para uma ação única. Por isso, é necessário pensar numa metodologia, num planejamento para que a formação colabore efetivamente para a ação que precisamos”, destacou”.

Ao mesmo tempo, Rosane Bertotti observou que é necessário pensar além da razão para “alcançar mentes e corações” das pessoas para as quais se quer levar o processo formativo. Por isso, o processo de formação deve considerar também as dimensões política, cultural, histórica e social, “tendo em vista a individualidade de cada um, a integralidade do sujeito trabalhador”. 

O primeiro dia do encontro terminou com um trabalho em grupo, com propostas da Contraf-CUT para o Encontro Nacional de Formação CUT 2024.

O Encontro dos secretários e secretárias seguirá terça-feira (20) e quarta-feira (21). Veja a programação para os próximos dias:

Dia 20 – terça-feira

09h30 – Bárbara Vallejos Vazquez, coordenadora educacional da Escola Dieese. Apresentação sobre a agenda da educação no novo cenário de transições no mercado de trabalho e a importância da formação sindical na construção de alternativas.

11h – Construção de política permanente de formação: A experiência na CUT São Paulo na gestão Arthur Henrique como ex-secretário de formação da CUT-SP e ex-presidente da CUT Nacional.

10h – Almoço.

14h30 – Trabalho em grupo para consolidação de propostas. Tópicos: política nacional de formação da Contraf-CUT; rede nacional de formadores; programa de formação da Contraf-CUT, para dirigentes sindicais, base e comunidade; e cadernos de formação.

18h – Encerramento do segundo dia.

Dia 21 – quarta-feira

09h30 – Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional. Apresentação sobre a Campanha Nacional dos Bancários 2024.

– Debate e construção da pauta de reivindicações da formação para as conferências estaduais e regionais da Campanha Nacional dos Bancários 2024.

12h – Encerramento do Encontro.

Fonte: Contraf/CUT

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