Nesta quinta-feira (15/8), banrisulenses atenderam ao chamado da Fetrafi-RS e dos sindicatos e realizaram uma grande mobilização nas unidades do banco, vestindo preto em sinal de protesto à postura morosa da empresa. Enquanto isso, os membros da Comissão de Organização dos Empregados (COE) estavam em reunião com negociadores do Banrisul, onde deixaram claro que não aceitarão retrocessos na renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Após uma rodada com sinalizações positivas na semana anterior, a postura do banco dessa vez foi frustrante. Os negociadores apresentaram, por exemplo, a intenção de reduzir o tempo do benefício pago aos caixas que são retirados da função de nove para quatro meses. Além disso, propuseram clausular a função de caixa eventual, pontos estes duramente criticados pelo movimento sindical. Também recuaram em relação à concessão automática de auxílio emergencial aos afastados, mantendo na mesa um compromisso de que o banco irá contatar os trabalhadores com perícia agendada para que os mesmos optem pela antecipação do benefício previdenciário, evitando assim que fiquem no “limbo”.
No entanto, houve aspectos positivos apresentados, como a confirmação de que estão elaborando redação para a cláusula que viabilizará o pagamento de vale-transporte em dinheiro aos empregados que solicitarem. Já a devolutiva para os demais pontos colocados em mesas anteriores foi uma série de “não” e “talvez”. Não houve evolução em prioridades apontadas pelos banrisulenses, tampouco nos demais temas que ficaram em aberto nas rodadas anteriores, como aumento na PLR ou linhas de crédito diferenciadas para os funcionários.
Os representantes dos trabalhadores também reafirmaram reivindicações consideradas prioritárias nesse ano, como: valorização da gratificação de ONs; garantia de retorno dos caixas fixos descadastrados; reconhecimento como licença do tempo dispensado para tratar dos filhos doentes; concessão de cesta adicional em virtude da calamidade.
Sobre a exigência de não fechamento das agências atingidas pela calamidade, o banco afirmou que algumas serão reabertas, mas em locais diferentes e que poderá demorar até mais de um ano. Enquanto isso, os clientes serão atendidos em agências das proximidades. A notícia gerou indignação no movimento sindical, que exigiu que o Banrisul encontre urgentemente outra forma de atender essas populações, nem que seja em agências móveis, como tem feito a Caixa. Na oportunidade, a COE também voltou a repudiar o fechamento definitivo de qualquer agência afetada pelas enchentes.
O banco afirma que existem programas disponíveis para todos, embora os banrisulenses relatem uma realidade completamente diferente. O que se viu nas últimas gestões foi uma política de cortes de patrocínios, suspensão de projetos e falta de incentivo para que os trabalhadores pratiquem efetivamente atividades físicas. A COE cobrou do Banrisul que volte a enxergar programas de qualidade de vida como investimento, não como custo, ressaltando a lógica de que um quadro funcional saudável resulta no famoso “ganha-ganha”.
O banco voltou a abordar a questão da PPR, concordando com a negociação ocorrer em paralelo à renovação do ACT e, dessa vez, entregando em mesa proposta para renovação do acordo. A COE reafirmou a exigência de que o debate caminhe junto com a discussão sobre as metas abusivas. Os sindicalistas aproveitaram para também destacar o entendimento de que a mesa da Campanha Salarial é lugar para discussão de direitos dos trabalhadores, não para negociações de questões judiciais.
A próxima mesa ficou marcada para o dia 22 de agosto. No mesmo dia, acontece uma grande atividade estadual da categoria bancária pelas ruas de Porto Alegre, como parte da mobilização nacional convocada pelo Comando Nacional dos Bancários.
Participaram da reunião pela COE Banrisul:
Ana Betim Furquim
André Luís da Silva
Claudete Marocco
Cléberson Pacheco Eichholz
Eduardo Poffal
Fábio Soares Alves
Gerson Kunrath
Julciléia Pereira
Luciano Fetzner
Luiz Carlos Barbosa
Márcio Kolinski
Mariluz Carvalho
Raquel Gil de Oliveira
Confira fotos da mobilização dos banrisulenses:
Fetrafi-RS