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COE cobra mais clareza e diálogo do Banrisul

Representantes dos trabalhadores manifestaram indignação com fechamento de agências em um momento crítico de reconstrução do estado

O encontro entre o COE Banrisul e negociadores do Banco, na tarde desta quarta-feira (17/07), no qual se esperava respostas para várias questões colocadas em ofício pela Fetrafi-RS, terminou com outras tantas interrogações.

Em um cenário caótico pós-enchente, trabalhadores questionaram a lentidão do Banrisul em reativar serviços essenciais, como caixas eletrônicos, mapear agências atingidas e estipular um prazo para retomada das atividades. “Isso depõe contra o Banrisul e favorece os concorrentes”, observou Fábio Soares.

Nessa mesma linha, Ana Betim Furquim, diretora do Sindicato dos Bancários do Vale do Paranhana e diretora da Fetrafi-RS, ressaltou que existe uma preocupação, entre os bancários do Banrisul, com a competitividade. “Nossos colegas têm sido cobrados porque outros bancos e cooperativas têm dado mais créditos e aumentado limites”.

Em resposta a um dos ofícios enviado ao Banco, em que a Fetrafi-RS pedia um levantamento do número de funcionários atingidos pela calamidade, a direção do banco informou que foram 582 entre atingidos e afetados. Desses, 261 solicitaram auxílio emergencial ao Banrisul, diretamente no setor de Recursos Humanos. 

Vale ressaltar que as medidas apresentadas pelo Banco em relação às enchentes nunca foram debatidas com os sindicatos, conforme fizeram os demais bancos. Segundo informou um dos negociadores, o Banrisul optou pelo diálogo direto com o empregado, a partir das instruções normativas. Sobre isso, Raquel Gil de Oliveira, diretora da Fetrafi-RS, manifestou profunda indignação. “O que o Banrisul chama de diálogo, nós chamamos de atitude unilateral, que ignora os representantes dos trabalhadores. Temos muitos debates pela frente e um tempo escasso, e o Banco não vem na lógica de estabelecer um diálogo para concluirmos as negociações no tempo adequado”, disse.

Para Luciano Fetzner, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, a falta de diálogo inviabilizou a construção de soluções em tempo hábil, no que se refere aos atingidos e afetados pela tragédia climática. “O silêncio do banco nunca é positivo, em especial em momentos de crise”. Ele pediu que o Banco consiga encontrar formas de ajudar na reconstrução das casas e que tenha “um olhar apurado para as dificuldades de deslocamento dos colegas”.

Diante da proposta do Banrisul de negociar as cláusulas que se referem à atual e a futuras situações de calamidade pública ao longo do processo, Raquel pediu urgência na questão, até porque há muitos bancários e bancárias que dependem de um auxílio para se reerguerem. “Esperamos um retorno antes da próxima reunião, porque esse assunto tem máxima urgência”.

A COE pediu ainda que haja prioridade na renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e solicitou, formalmente através de ofício, a retomada da Mesa de Metas.

A próxima reunião será dia 24 de julho, às 10hs, na sede do Banrisul em Porto Alegre, com a temática de Saúde e Condições de Trabalho.

 

 

Jornalista/Fonte

Assessorias de Comunicação da Fetrafi-RS e do SindBancários

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