Nesta sexta-feira (12/1), a Caixa Econômica Federal completa 163 anos de existência. Para marcar a data, o SindBancários organizou um ato em frente à agência Querência, na Praça da Alfândega, no Centro da Capital. A celebração em homenagem ao banco público foi pensada como uma forma de incluir o povo que transita pela praça, mantendo o caráter social característico da Caixa. Embalada pelo som de Rosa Franco, a população desfrutou do salchipão e dos bolos oferecidos no evento.
O diretor do Sindicato, Jailson Prodes, bancário da Caixa, foi um dos organizadores do ato e também o responsável por conduzir a comemoração. Vários dirigentes sindicais se manifestaram, parabenizando o banco público e seus trabalhadores pelo aniversário. O secretário de Saúde da Contraf-CUT e ex-presidente do SindBancários, Mauro Salles destacou os desafios enfrentados ao longo do tempo, com tentativas de privatização e desmonte do banco. “A Caixa resiste há 163 anos porque tem um quadro de funcionários conscientes, que prestam um excelente trabalho para a população brasileira, e porque o banco presta serviços relevantes para o povo, que sabe da sua importância”, falou.
Para a diretora da Fenae, Rachel Weber, é preciso manter a luta pela manutenção da Caixa 100% pública. Ele defendeu que o banco público deve pensar não apenas no lucro, mas também no seu papel como fomentador de um desenvolvimento social efetivo. “A taxa de juros ainda é muito alta, precisamos ter uma concorrência melhor, para atender de fato a questão de crédito para a população. O Fies pode melhorar mais, o atendimento das demandas do Minha Casa, Minha Vida pode acelerar. Assim como as condições de trabalho dos colegas que estão diariamente atendendo a população”, comentou.
O relevante papel desempenhado pela Caixa no país foi destacado pelo vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis. “Todas as políticas públicas do Brasil passam pela Caixa, desde habitação, saneamento, crédito. Se não fosse a Caixa, como seria a vida dos mais necessitados na pandemia, quando o auxílio foi pago em tempo recorde pelos colegas do banco? Como seria o financiamento para habitação popular, com o Minha Casa, Minha Vida? Como as prefeituras iriam se socorrer para fazer saneamento básico? Como os estudantes iriam ter Fies, Prouni? Defender a Caixa é dever do povo brasileiro”, ressaltou.
A secretária de Combate ao Racismo da CUT-RS e diretora da Fetrafi-RS, Isis Marques falou sobre o papel fundamental da Caixa na pandemia, contribuindo para dar dignidade ao povo brasileiro por meio de políticas públicas. Ela também reforçou a necessidade da realização de concursos e das cotas raciais nos bancos. “É importantíssimo falarmos de inclusão e agirmos para que essa inclusão aconteça”, defendeu.
Conforme o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, os trabalhadores da Caixa merecem os parabéns por fazerem com que o banco siga sendo a potência que é. “A Caixa serve ao povo e o povo precisa da Caixa. Por isso, o movimento sindical faz questão de estar aqui, em frente à principal agência da Caixa no estado, para comemorar mais um ano de existência da Caixa 100% pública, e reforçar nossos votos de que continue sendo. Assim como o Banco do Brasil e o Banrisul deveriam também ser 100% públicos, porque uma instituição forte, para organizar o sistema financeiro, à luz dos interesses do estado e da população, é fundamental, do nosso ponto de vista”, destacou.
Segundo a representante da Fetrafi-RS na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Sabrina Muniz, em 2023 a Caixa resgatou sua essência de banco que chega a quem mais precisa e serve de motor condutor da economia no Brasil. Para ela, ainda é preciso avançar nas condições de trabalho. “Nós tivemos um período muito duro na Caixa, até com casos de assédio sexual, de escândalo, então nós temos muitos traumas e muitas questões para cuidar dos nossos colegas. Isso já está sendo feito, mas a gente precisa avançar ainda mais, para termos saúde e segurança para podermos desempenhar o nosso papel de agentes de transformação social do Brasil”, salientou.
A diretora jurídica do SindBancários e diretora da APCEF/RS, Simoni Medeiros, ressaltou a relevante função social da Caixa, bem como a importância dos bancários e bancárias para a permanência do banco 100% público. “Nós queremos uma Caixa que esteja em todos os cantos do país, que cuide do seu povo e dos seus funcionários, que defenda o Saúde Caixa, que defenda os nossos direitos e que esteja sempre conosco, os trabalhadores, que lutamos muito para que a Caixa continue viva”, disse.
Para a diretora da Anapar, Fetrafi-RS e Sindicato, Caroline Heidner, o aniversário da Caixa é um momento de celebrar e também de refletir sobre o papel do banco em prol da democracia e do futuro do país. “Um grande problema da Caixa é a descapitalização promovida nos últimos anos pelo governo Bolsonaro. A Caixa já foi descapitalizada em R$14 milhões e ainda está vigente o cronograma para devolução de R$18 bilhões. Precisamos nos organizar e lutar pela suspensão deste processo de descapitalização. Não é possível falarmos em fortalecimento da Caixa se não olharmos a questão do capital”, pontuou.
O diretor Financeiro do Sindicato, Tiago Vasconcellos Pedroso comentou sobre o problema das altas taxas de juros, que gera endividamento da população e só favorece a elite. “Por isso, é importante que a Caixa tenha uma política de juros reduzido, ofereça crédito para moradia social e crédito agrícola para agricultura familiar, que é onde se produz a comida que vai pra mesa dos brasileiros. É importante também que a Caixa qualifique o atendimento, contrate mais trabalhadores, mas de forma digna, pois é inaceitável que uma empresa pública tenha em seus quadros um quantitativo maior em contratos precarizados, de forma terceirizada”, afirmou.
Também prestigiaram o evento o superintendente regional do Trabalho, Claudir Nespolo; Leonel Carvalho, representando o senador Paulo Paim; o diretor regional da Anapar, José Joaquim Marchisio; Marcelo Marimon, representando a Superintendência de Rede da Caixa Porto Alegre; e a presidente da Anacef e diretora de Saúde e Relações do Trabalho da APCEF/RS, Michele Michele Venzo.
Texto: Imprensa SindBancários
Fotos: Heuller Jaurez e Imprensa SindBancários